domingo, 19 de julho de 2009

4º Relatório

4 º RELATÓRIO

18/07 MANHÃ

Neste dia 18/07, como havíamos combinado fizemos dois turnos, manhã e tarde. O início se deu com a oficina 05 do Manual do Formador. Comecei perguntando sobre as anotações pedidas durante a leitura do Tp3 , porém como no encontro anterior já havíamos debatido vários pontos acerca do assunto, a discussão fluiu de maneira satisfatória com um ou dois questionamentos teóricos no que diz respeito aos tipos textuais.

Após a pequena discussão, uma vez que os pontos levantados foram esclarecidos rapidamente, começamos os relatos do avançando na prática da pág. 84 sobre Literatura de cordel. Um por um os cursistas foram relatando como suas aulas aconteceram, lembrando de tudo, problemas surgidos comentários dos alunos, dificuldades, satisfações, etc.

Gostaria de esclarecer que no dia da proposta de trabalhar este avançando na prática, alguns criticaram a escolha do texto. A partir disso foi que comecei a questionar o desenvolvimento do trabalho feito por eles. Perguntei qual a reação que o texto de cordel havia causado nos alunos, visto que a preocupação inicial seria que o texto não tinha nada há ver com a cultura gaúcha. As respostas variaram, mas a maioria ficou surpresa porque apesar de o texto ser longo e diferente os alunos mostraram interesse pela literatura de cordel e participaram muito bem da aula proposta. Como a proposta era a mesma para todos, os professores foram interagindo a cada relato, ou seja, o relato se tornou coletivo, acabou sendo uma conversa onde cada um expôs o seu trabalho na prática.

Uma coisa que chamou a nossa atenção foi que enquanto alguns alunos evidenciaram as diferenças entre a cultura nordestina mostrada pelo cordel, outros encontram semelhanças com a cultura do povo gaúcho. Houve alunos que compararam o cordel com uma prática antiga aqui do interior do Rio Grande do Sul, o Terno. Nesta prática as pessoas saiam em um determinado dia de suas casas à noite cantando e parando em cada casa pelo caminho, em cada uma delas bebiam e comiam guloseimas preparadas para o evento e logo seguiam a andança até o dia clarear. Ficou bem claro que este era um costume antigo ali interior no município de São José do Norte, e que os alunos o conheciam somente pelos relatos dos familiares mais velhos.

Em outro relato a professora contou que os alunos fizeram uma analogia das práticas de trabalho do nordestino com as atividades de agricultura e pesca da nossa comunidade. O município tem a sua economia baseada na agricultura e na pesca, sendo que o produto básico agrícola é a cebola. Fato que gerou perguntas do tipo: Por que o poema fala em trigo, milho, feijão, etc e não fala em cebola. Neste ponto a professora mostrou-lhes que para nós este produto é importante, porém para a cultura nordestina outros são essenciais.

Outro fato levantado pelos alunos se refere à coragem dos pescadores, e quanto a isto lembraram ainda que os pescadores da comunidade têm um ditado muito difundido na região que se assemelha ao dos nordestinos que “Porém em cima da água o homem não pode correr”, aqui dizem “Tem que ser valente para ser pescador, porque no mar não há galhos para segurar” , ou seja, em caso de acidentes é difícil, bem mais que em terra firma, pois não há lugar para fugir. Desta forma a morte é uma constante em suas vidas. E ainda relacionaram a profissão de vaqueiros com os peões que trabalha nas estâncias do Sul.

Debateram mais a profissão de soldado, principalmente porque no cordel esta é exaltada de a ponto dos soldados serem considerados heróis. Muitos reagiram dizendo que aqui é diferente, pois a segurança não é valorizada pelos governos sendo que muitos profissionais têm vergonha da profissão e outros ainda são corruptos, não mostrando o mesmo valor evidenciado no poema. A professora aproveitou para ir além e explicar que é característica da literatura de cordel contar fatos históricos e culturais com a função social de ensinamento, aconselhamento, e transmissão de conhecimentos. Desta maneira evidenciou que não necessariamente as profissões sejam vistas assim na atualidade.

De uma maneira geral o avançando na prática superou as expectativas de todos. Ainda, foram relatadas mais algumas atividades feitas pelos professores com suas turma correspondentes ao TP3, como as da pág. 25 , 172 .

Logo após o relato fizemos as atividades propostas sendo que deixei livre para que os cursistas escolhessem o texto 1 ou 2. Os dois foram trabalhados e os planos de aula tendo os textos base como referência foram ótimos. Surgiram propostas bastante criativas para o trabalho em sala de aula.

A pedido dos professores trabalhamos também a oficina 06, visto que muitos deles já haviam realizado as atividades e posto em prática com os seus alunos. Esta já foi trabalhada oralmente, pois o assunto era propício a polêmicas. Primeiro, como o grupo é pequeno juntaram-se em dupla, após responderam as perguntas sobre o texto ser considerado ou não um exercício de redação escolar.


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